quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vozes de Mestres 2009



Contagem regressiva para o Vozes de Mestres 2009. Neste ano, ele vai acontecer em duas etapas: a primeira, dentro do Festival de Inverno de Ouro Branco, entre os dias 24 de julho e 02 de agosto. Depois, ele segue para São Luis do Maranhão, dentro da programação do segundo semestre do projeto CCBB Itinerante, patrocinado pelo Banco do Brasil. Depois, segue para outras cinco capitais do país: Florianopolis, Curitiba, Natal, Belém do Pará, além de Joinville.

ABERTURA DA SEGUNDA EDIÇÃO DO VOZES DE MESTRES SERÁ EM BELO HORIZONTE, NO PRÓXIMO DIA 23, QUINTA-FEIRA.

HAVERÁ UM CORTEJO SAINDO DA PRAÇA DA LIBERDADE ATÉ A FUNARTE CASA DO CONDE. O CORTEJO SERÁ LIDERADO PELO BOI DE MARACANÃ, UM DOS MAIS IMPORTANTES BLOCOS DE BUMBA-MEU-BOI DO PAÍS, COM MAIS DE 100 ANOS DE TRADIÇÃO EM SÃO LUIS DO MARANHÃO.

O EVENTO TAMBÉM CONTARÁ COM A GUARDA DE MOÇAMBIQUE DOS ARTUROS, MENINAS DE SINHÁ, MARACTU BAQUE TROVÃO, ENTRE OUTROS. IMPERDÍVEL!

Confira alguns destaques da programação do Festival de Inverno de Ouro Branco:

Lenine
Boi de Maracanã
Grupo Galpão
Pena Branca
Chico Lobo
DJ Tudo (Alfredo Bello)
Sarandeiros
Cia Mystérios e Novidades
Arturos
E mais, muito mais!

Em breve programação completa.

Informações:
(31) 3486-7848 - Jardim Produções

domingo, 14 de setembro de 2008

Pereira da Viola faz a roda

O violeiro lá de São Julião foi o último a pisar no tablado da tenda Mestre Salustiano. Pereira da Viola subiu ao palco já à noitinha e fez o público da Lagoa do Nado cantar e dançar ao som de cirandas, canções populares, composições próprias. É o Vozes de Mestre se despedindo com uma chuvinha fininha e com a viola no coração. Até o próximo ano!

Exposição Violas de Minas é a mais visitada

Segundo Elisana Assis, a exposição Violas de Minas, do colecionador Cláudio Alexandrino, atraiu cerca de 1400 pessoas – aqueles que assinam o livro de visitação, durante os três dias do encontro. Ela ressalta que o público estimado pode ser o dobro, pois não são todos que param para deixar sua assinatura. “Essa exposição bateu o recorde de visitantes se formos considerar a média diária”, comemora Elisana. O destaque foi o “cantinho” reservado ao Mestre Zé Côco do Riachão, que recebeu novos objetos trazidos por Dona Luiza Rodrigues, filha do instrumentista.

Batuque na cozinha do Festival

Estima-se que por dia passam mais de 200 pessoas pela cozinha do Festival, que consomem cerca de 400 refeições, entre almoço e jantar. Além disso, broas de milho, pães de queijo, chás e cafezinhos são servidos a toda hora. Pelo menos 180 kg de carne, 120 kg de arroz e 78 kg de feijão foram consumidos nesses três dias. Para dar conta disso tudo, somente uma boa equipe.

No comando, Dona Risoleta ficou responsável pela organização da cozinha. Ela comandou uma maravilhosa equipe composta por seis ajudantes fixos, além do apoio da equipe da Lagoa do Nado, reponsável pelo café da manhã e lanches. Nesses três dias, esse batalhão de cheffs garantiu a refeição de todos os convidados e de todo o pessoal que trabalha na organização do Festival.

“Trabalho com muito carinho e respeito. Tenho muito a agradecer pela oportunidade e confiança que depositaram em mim e na equipe”, disse Dona Risoleta.

Daisy Batista
Renata Ferreira

Homenagem a Zé Côco reúne vários violeiros

Grandes Mestres são homenageados no I Festival de Cultura Popular Vozes de Mestres. Nessa edição, a mais especial foi o encontro de violeiros, no sábado (13), para lembrar os 10 anos da morte de Zé Côco do Riachão, que virou estrela há exatos 10 anos (13 de setembro de 1998). O talento de Zé Côco é reconhecido internacionalmente em função da excelência dos instrumentos que tocava, os quais ele mesmo confeccionava.
Segundo Carlos Felipe, presidente da Comissão Mineira de Folclore, Zé Côco pode ser considerado um mito devido a sua viola autêntica. “Zé Côco tinha a alma da viola e por isso influenciou tantos violeiros. De sua viola saía poeira e cheiro de bosta!”, ressaltou.
A Tenda Mestre Salustiano, espaço principal do encontro, ficou pequena para tantos talentos que por lá passaram: Pereira da Viola, Pedro Mestre, Cláudio Alexandrino, Décio Marques, Fernando Sodré, Wilson Dias, Rodrigo Salvador, Joaci Ornelas, Mestre Nelson Jacó, entre outros.
Dona Luiza Rodrigues, filha de Zé Côco, foi a convidada especial. Apesar de ter perdido o genro, na véspera da abertura do evento, ela encontrou forças para subir ao palco e executar músicas de autoria de seu pai ou de domínio público. “Estava em Montes Claros, me sentindo mal. Mas aqui estou bem. É o clima de festa e o carinho que tenho recebido de pessoas que gostam muito do Zé Côco”, disse. Ela subiu ao palco ao lado dos músicos Zé André e Geraldo Dias, que sempre acompanharam Zé Côco em suas apresentações.
Carlos Felipe, pessoa que sugeriu a Zé Côco que incluísse a palavra Riachão em seu nome artístico, explicou que a idéia era reunir violeiros influenciados pelo Mestre. Porém, devido a problemas de conciliação de agendas, a escolha partiu da disponibilidade de cada um em se apresentar, voluntariamente, no festival. “Atitude esta que demonstrou humildade e reconhecimento dos violeiros de Minas Gerais".
Por Micheli Albanez

Batuque até a beira do fogão.

Dona Maria do Batuque, Família Guiga, Banda de Pífanosde Bendegó e Mestre Librino subiram ao palco em um encontro emocionante. O Festival proporcionou ao público esse intercâmbio cultural. Os grupos não resistiram à animação, levaram a apresentação em um belo cortejo, que saiu da Tenda Mestre Salustiano, até a beira do fogão, próximo à casa da administração do parque.

Minas em coro

No fim da tarde, um belíssimo cortejo abriu a apresentação do grupo Rosa dos Ventos, que nasceu durante as oficinas de criação artística ministradas no Centro de Cultura Lagoa do Nado, local do Vozes de Mestres. O grupo mistura teatro, dança e música, num coro cênico-percussionista que encanta pela força e beleza. Apadrinhado pela cantora Titane e pelo diretor teatral João das Neves, Rosa dos Ventos busca resgatar a cultura afro-mineira em suas apresentações que têm referência no congado, folia de reis, folguedos e outros festejos populares.

Músicas de Minas

Valorização da cultura popular é a palavra de ordem do Festival Vozes de Mestres. E para garantir a divulgação e disseminação da produção musical, está montado na arena do Festival um estande do projeto “A Música Que Vem de Minas”. Lá, o público encontra 300 títulos diferentes de músicos mineiros, 140 títulos de artistas de outras regiões, 35 títulos infantis, além de DVDs e livros que exaltam a cultura de nossos povos.

De acordo com Flávia Reis, que cuida do estande, ao término de cada show o público vai direto conferir se ainda há o CD do grupo ou do artista que se apresentou. Flávia ressalta que através do site do projeto o público encontra mais de 680 títulos de artistas independentes. “O objetivo é valorizar a cena independente e o valor das raízes brasileiras”, destaca Flávia.

Por Daniel Silveira

Virou notícia!


O Festival Vozes de Mestres é notícia na imprensa durante todo fim de semana. Veículos como, O Tempo, Hoje em Dia, Super Notícia , Aqui e Estado de Minas estamparam a importância do evento para a cultura brasileira. O jornal Estado de Minas apresentou na primeira capa do caderno de Cultura o “ Nosso Beethoven”, Zé Côco, na qual contava um pouco da vida do Mestre, o grande homenageado do Festival.

Na televisão, a Banda de Pífanos de Bendegó, de Pernambuco, foi a atração de dois programas: MGCultura, da Globo Minas, e Brasil das Gerais, Rede Minas. Também cobriram o encontro as TVs Alterosa. PUC e UNI-BH. O Festival ainda contou com a presença de Ana Paula Sousa, editora de cultura da revista Carta Capital.


Espaço dos Mestres


Cada “cantinho” da Lagoa do Nado foi homenageado com o nome de um Mestre da cultura popular. Grandes nomes de nosso cenário cultural foram lembrados nos espaços onde acontecem oficinas, exposição, apresentações e bate-papos.




Mestre Salustiano






Um pouco da história de alguns Mestres:


Mestre Vitalino (Feira de artesanato) - Consagrou-se com sua arte de fazer bonecos em Caruaru-PE. Observando os vasos de cerâmica que sua mãe artesã fazia, passou a praticar o artesanato fabricando boizinhos e jegues com as sobras do barro. Foi se aperfeiçoando e passou a retratar o mundo nordestino em suas peças. Mestre Vitalino é considerado o maior ceramista popular do Brasil.

Mestre Violeta Parra (Oficinas) – Nascida em San Carlos-Chile, é considerada a mais importante folclorista de seu país. Fundadora da música popular chilena, desenvolveu seu trabalho como compositora, cantora, artista plástica e ceramista.

Mestre Salustiano (Praça do Sol – Tenda) – Considerado uma das maiores autoridades da cultura popular de Recife, Mestre Salustiano tem sua obra apoiada como ator, músico, compositor e artesão. Destaca-se por ser o fundador do Maracatu Rural Piaba de Ouro.
Mestre Felipe (Fogueira) – Nasceu no Maranhão onde foi um dos fundadores e presidente da Associação Folclórica e Cultural Tambor de Crioula União de São Benedito. Durante duas décadas, trabalhou com o Laboratório de Expressões Artísticas do Maranhão (Laborarte), transmitindo para as novas gerações a arte de tocar tambor por meio de oficinas, sendo responsável pela formação de vários percussionistas.


Mestre Orlando (Exposição de violas) – Natural de Salvador-BA, Orlando dos Santos Ferreira foi artista plástico e escultor e dedicou-se a ensinar sua arte e ofício a criança, jovens e adultos. Foi em Belo Horizonte que o artista deixou uma das suas maiores contribuições para cultura popular. Entre 1998 e 2003, Mestre Orlando integrou a equipe de produção cultural da extinta Secretaria Municipal de Cultura, atual Fundação Municipal de Cultura, quando coordenava as exposições e os circuitos culturais do “Projeto Arena”.



Por: Felipe Pedrosa

Pode entrar que a roda é sua

O pessoal da Trupe Gaia, de Belo Horizonte, conseguiu desviar as atenções do palco principal e arrastou o público para o Espaço de Convivência. Mais uma vez, a vergonha foi deixada de lado e crianças de todas as idades cantaram, brincaram e entraram na roda. Entre os convidados, Marco Lobo, poeta e produtor cultural da Rede Catitu Cultural, de Belo Horizonte, recitou poesias. Na ocasião, o batuque da Lapinha, que tem Seu Juquinha como filho ilustre, foi lembrado pela Trupe. A saideira foi em grande estilo e ficou por conta do cortejo do boi, que tinha o relógio de sol como destino.

Por: Felipe Nery

E as atrações continuam...

Hoje, o palco principal do Festival recebeu Dona Bela, acompanhada da Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário São João Batista. Seu Nelson Jacó e Fim de Capina (foto), diretamente de Jequitibá, também se apresentará. Além dos shows que ainda vão acontecer, o Espaço de Conviência da Lagoa do Nado conta com a Trupe Gaia, que anima as crianças, com brincadeiras de roda e o cortejo do boi. Daqui a pouco, sobem ao palco o grupo Rosa dos Ventos e Dona Maria do Batuque, que vai lançar no show CD/livro.

Por Larissa Scarpelli.

Mestre Nelson da Rabeca

Dona Benedita e Seu Nelson da Rabeca na Central de Notícias do Festival Vozes de Mestres




Direto de Alagoas, desembarca no palco do Vozes de Mestres Seu Nelson da Rabeca que promete fazer o público mexer e remexer. Ao lado da esposa Benedita, e pela primeira vez na capital mineira, Seu Nelson apresentará o repertório de seu terceiro CD “O Segredo das Árvores”, e ao som desse segredo Lagoa do Nado ficará pequena às 18 horas .

Por: Felipe Pedrosa

Dona Maria do Batuque





Guardiã da tradição centenária da cidade de São Romão, no Norte de Minas, Dona Maria do Batuque está de volta a Belo Horizonte com sua apresentação mais que ilustre. Acompanhada pelo seguidor da tradição, seu sobrinho Hamilton, de 15 anos, ela se apresenta às 16 horas deste Domingo.


Por: Felipe Pedrosa

Cultura, Futebol e Carnaval

Na mesa redonda realizada na manhã deste domingo foram abordados temas como cultura popular, diversidades, domínio popular, apoio aos mestres e grupos e a difusão de Informaçãos. Makely Ka, da COMUM, falou sobre as dificuldades dos músicos que, muitas vezes, são vistos como profissionais informais, e levantou uma polêmica em relação ao ensino da cultura nas escolas. A discussão foi reforçada por Fernando Fabrini, do Projeto Presente, que acredita ser possível transformar a educação por meio das artes. Para ele, é preciso investir nas crianças. “Pego as pedras brutas acreditando que vou ganhar grandes abraços”, comentou.

Durante o debate, Seu Nelson Jacó expressou o orgulho em representar a cultura popular mineira pelo Brasil. “Somos muito admirados e respeitados por onde passamos”, disse o músico.
Seu Zé Limão concordou com Seu Nelson, mas, nem por isso, deixou de observar a falta de investimento na cultura popular. “Há muito investimento no futebol e no carnaval, enquanto a cultura é deixada de lado”, disse.
Por Aline Dalbem e Daisy Batista

Prosa à beira do fogão ( Mesa Redonda)


Agora, na prosa a beira do fogão, acontece um debate sobre as políticas públicas para as Culturas Populares e Redes. Estão presentes Makely Ka, da COMUM, Marco Lobo, da Rede Catitu, Fernando Fabrini Girô, aprendiz e coordenador pedagógico do projeto Presente/Ação Girô da Serra do Cipó. Geovana Jardim, Oranizadora do evento, é a mediadora do debate. O público, mais uma vez, marca presença e participa ativamente da discusão. A prosa vai até uma da tarde. Participe!



Aline Dalbem

Glossário (Expressões da cultura popular)

Mazurca: Dança popular de origem européia
Polca: Dança popular de origem européia proveniente da Alemanha
Calango: Nome de uma manifestação que é feita a base da improvisação, natural da Zona da Mata mineira.
Lundum: Gênero popular afro-brasileiro, cantado nas festas onde se dança a umbigada.
Suítes: Conjuntos de danças
Cambito: Baqueta para bater na caixa e tambor.
Puladeira: Dançarinas

Por Douglas Stofela

Mestre Nelson da Rabeca e Dona Benedita em BH

Mestre Nelson da Rabeca e Dona Benedita em BH

Um dos destaque da programação de hoje do Festival Vozes de Mestres é o Mestre Nelson da Rabeca. É um músico e luthier autodidata de 80 anos. Acompanhado de sua esposa, Dona Benedita, apresentará o repertório do seu terceiro CD “O Segredo das Árvores”, lançado neste ano. Esta é a primeira vez que a dupla se apresenta para o público mineiro. O show de encerramento do festival fica por conta do violeiro, cantor e compositor Pereira da Viola, que irá apresentar o trabalho do seu quinto CD: Akpalô. A noite de shows promete. Vale à pena conferir! Nelson da Rabeca se apresenta a partir das 18 horas.


Douglas Stofela

Confira alguns destaques da programação deste domingo

10h às 12h: Prosa à beira do fogão (Mesa Redonda)Editais , Políticas Públicas para as Culturas Populares e Redes: Makely KA- COMUM, Marco Lobo, da Rede Catitu, Fernando Fabrini Griô, aprendiz e coordenador pedagógico do Projeto Presente/ Ação Griô da Serra do Cipó. Mediadora: Marcela Bartelli – Duo informação e Cultura.
Exposição: Violas de Minas, de Cláudio Alexandrino, homenageia Zé Côco do Riachão.
E mais: Exibição de documentários com temas relacionados à Cultura PopularFeira de artesanato e Comidas Típicas

Douglas Stofela

sábado, 13 de setembro de 2008

Aplausos aos cancioneiros

Nos instantes finais da apresentação da Banda de Pífanos de Bendegó, seu Antônio, Mestre Gobira, fez uma explicação improvisada: ele tentou ensinar ao público como dançar o samba sapateado, também conhecido como lundum. “Faz a galera sambar mesmo, é muito bom”, afirmou Gilson da Silva, 22, filho do gaitero. O grupo, formado por quatro integrantes, está na estrada há 120 anos. Olímpio da Silva Santos falou um pouco sobre a história da Banda. “É uma tradição que passou de bisavô para avô e de meu pai para mim”, finalizou.

Felipe Nery e Renata Ferreira

Mestre Librina subiu a temperatura do Vozes

Com uma apresentação que mistura cordel, baião e muita energia, o grupo Mestre Librina deu seu recado no Festival Vozes de Mestres. Fechando a tarde reservada aos grupos tradicionais e artísticos, a trupe colocou todo mundo pra dançar, subindo de vez a temperatura do festival. Com tanto calor, chuveu!

E a poeira subiu.

A apresentação da Banda de Pífanos de Bendegó fez a poeira subir. O grupo, liderado por Seu Antônio, agitou o público que assistia ao show na Lagoa do Nado. A dança, música e alegria contagiaram os músicos que não resistiram e desceram do palco para continuar o show com a platéia. E daqui a pouco tem mais! Os convidados para o show em homenagem a Zé Côco do Riachão e o grupo Moxuara, que ainda vão subir ao palco, prometem não deixar a poeira descer.

Por Larissa Scarpelli

União de Gerações

Devotos de Nossa Senhora do Rosário, os Mestres de Milho Verde subiram ao palco com três integrantes da Banda Capim Seco. A apresentação que uniu a sabedoria do passado com a empolgação da juventude foi muito apreciada pelo público. Mestre Ivo que passou pelo “Congado de Marujada” e agora é participante ativo de dois grupos de “Congado de Catopés” nos contou que toca desde os 18 anos e promove trabalhos folclóricos nas Escolas de Milho Verde.

Por: Felipe Pedrosa

Direitos autorais em prosa.

Na manhã ensolarada desse dia 13, a “ Prosa à Beira do Fogão” teve como tema “Os Direitos Autorais e Condições de Atuação na Cultura”. A mesa de discussão foi composta por Pedro Mestre, representante da viola campaniça de Portugal, João Batista, da comunidade dos Arturos, Paloma Goulart, advogada e consultora em direitos autorais, e a mediadora Glaura Lucas.
Quem foi curtir de pertinho essa prosa, também participou do assunto tratado. Durante o debate cada convidado falou do seu ponto de vista sobre os direitos autorais. A advogada Paloma contou sua experiência com a Família Guiga e descreveu um pouco da história dos direitos autorais no país. Ela pesquisou uma forma de preservar a Família usufruindo desses direitos. Pedro Mestre trouxe para a discussão suas experiências e disse que a forma de desenvolver os direitos autorais em Portugal é diferente. “Em Portugal definimos que a obra é usada por todo mundo e não é de ninguém”. Do outro lado, Mestre João Batista, da comunidade dos Arturos, contou a história dos Arturos e opinou sobre os direitos autorais. Ele concluiu dizendo que se preocupa com o desenvolvimento dos grupos tradicionais, pois todos correm o risco de se descaracterizarem no decorrer dos anos. Para Celinho Guiga, a responsabilidade “é de todos nós”. “Por isso, é importante continuarmos essa discussão.” Nelson Jacó, de Jequitibá, também apareceu na Prosa, deixou suas impressões sobre os direitos autorais e ainda pediu: “que Deus conserve todos os pensamentos que foram discutidos aqui”. Então, Amém!

Por: Larissa Scarpelli

Bambu Importado

O segundo dia do Festival Vozes de Mestres começou com um fato, no mínimo, curioso. Os integrantes da Banda Mestre Librina, de Gravatá (PE), colheram pedaços de bambu na área verde do Parque. O motivo é simples: em Gravatá, o bambu, chamado de taboca, está em falta! O material é usado como matéria-prima na fabricação de pífanos, instrumento de sopro, tocado transversalmente. Os músicos da banda mostraram como música e meio ambiente podem caminhar lado a lado.

Por Felipe Nery

Comunidade dos Arturos incendeia público



Na tarde deste sábado (13), os passos ritmados ao som dos tambores do grupo artístico da Comunidade dos Arturos despertaram o interesse de todo o público do Festival Vozes de Mestres. A platéia não ficou omissa e participou ativamente, com calorosas palmas.
Ao final da apresentação, Jorge Antônio dos Santos, integrante e diretor de eventos da Comunidade dos Arturos, subiu ao palco e convidou a todos para conhecerem a Comunidade, que se localiza na Rua da Capelinha, 50, Bairro Jardim Vera Cruz, em Contagem. Jorge aproveitou o espaço para contar um pouco da história da Comunidade e destacar a importância do Festival para preservar e valorizar as nossas tradições.

Por Micheli Albanez

Tem boi no parque!


Acontece agora a visita do boi ao Festival Vozes de Mestres. Um dos personagens mais queridos do nosso folclore, participa de um cortejo com a Trupe Gaia e o grupo Art 22. Eles estão animando toda a criançada do Festival.
Foto e texto por: Larissa Scarpelli

Direto de Jequitibá para o palco no Festival


O Batuque do Zé da Enertina está neste momento se apresentando na grande tenda do Festival Vozes de Mestre. Energia pura, vale à pena conferir!

Douglas Stofela

Cento e vinte e três anos de tradição



O público que está marcando presença no Centro de Cultura Lagoa do Nado tem agora a oportunidade de conhecer um dos grupos mais tradicionais da cultura negra. Se apresenta neste instante o grupo Arturos (Contagem-MG), que foi fundado em 1885. Batuque, festas religiosas, culinária e aspectos da organização da vida comunitária são transmitidas de pai para filho dentro do grupo. Os Arturos representam um forte exemplo da vida em comunidade e da valorização da cultura de seu povo.

Por Daniel Silveira

Sobre o folclore

Antes dos Mestres de Milho-Verde (MG) se apresentarem, o jornalista Carlos Felipe, presidente da Comissão Mineira de Folclore, deu oportunidade ao grupo de contar um pouco da sua história. O jornalista aproveitou para criticar o conceito desvirtuado que muitas pessoas têm do que é folclore. “O folclore não se resume apenas ao visual”, afirmou. “A oralidade, por exemplo, é uma das mais importantes formas de expressão da cultura popular, principalmente nas manifestações religiosas”, completou.

Por Felipe Nery

D. Luiza visita exposição em homenagem ao pai

Dona Luiza Rodrigues pisou na Lagoa do Nado logo de manhã. Visitou a exposição “Viola de Minas”, do colecionador Cláudio Alexandrino, que homenageia Zé Côco do Riachão. Dona Luiza doou alguns pertences do pai, como banquinho, cadeira e formas para confeccionar violas, que estavam com ela em Montes Claros.

Para a filha de Zé Côco, a importancia do pai é muito grande para a cultura popular, pois as violas Queluz (originárias da cidade de Queluz de Minas, atual Conselheiro Lafaiete), que o pai confeccionava, contam com um estilo próprio do artista, mas sem fugir da tradicional viola portuguesa.

Entre os violeiros famosos, quem tem uma das violas confeccionadas por Zé Côco é o cantor e compositor Almir Sater.

Nascido em Mirabela, Norte de Minas, Zé Côco do Riachão é considerado o “Bethoveen do Sertão”. Essa denominação foi dada por um grupo de turistas alemães que visitava a cidade do artista. Quando chegaram com o video na Alemanha, não tiveram dúvidas e deram a ele esse merecido título.



Por Marcelo Botelho

Novinho em Couro


Participantes da oficina de Confecção de Tambores se divertem com o som dos instrumentos que eles mesmos produziram.

Foto por Raquel Dominues

De Milho-Verde


Mestres de Milho-Verde (MG) acabam de subir no palco do Festival Internacional de Cultura Popular – Vozes de Mestres. São três grupos: Catopés, Marujada e Caboclinhos que juntos representam, respectivamente, os negros, os marinheiros brancos e os índios do Brasil. Os três grupos são devotos de Nossa Senhora do Rosário, que é a padroeira de Milho-Verde - pequeno povoado situado entre as serras da região do Serro.

Por Daniel Silveira

Solidariedade aliada à cultura


Na manhã deste sábado, 13, projeto Salva Vidas cadastrou pessoas interessadas em serem futuros doadores de Medula Óssea. O projeto surgiu ano passado, depois de sua idealizadora, Carina Garcia, ver pela TV o apelo de uma mãe em busca de uma doação de medula óssea para seu filho.

Carina, então, apresentou o projeto inicialmente para amigos, colegas de trabalhos e uma igreja católica na região do bairro Coração Eucarístico. Desde então, o projeto foi organizado e a idéia de ajudar as pessoas já ultrapassara a comunidade.
O movimento tem a intenção de cadastrar futuros doadores e repassar esses dados para o REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). O projeto já repassou mais de 1500 cadastros. O processo de cadastramento é muito simples: o interessado deve ter entre 18 e 55 anos. Caso apareça um receptor compatível, ele é chamado para novos exames e, se for confirmado a compatibilidade, o voluntário é consultado a decidir acerca da doação.

São retiradas menos de 10% da medula óssea através de punção da região da bacia. O projeto Salva Vidas entra em contato com os inscritos três vezes ao ano para uma pequena atualização de cadastros. Vale a pena conferir o trabalho e ajudar a quem precisa.

Daisy Batista
Douglas Stofela

Viva la Latino-america!

Em mais um dos debates do Festival a compositora e cantora chilena Tita Parra conversou com o público sobre a importância de se difundir a cultura popular da América Latina. O trabalho de Tita é uma fusão de estilos que valoriza a expressão latina e aborda os mais diversos temas. Após a exibição de um documentário sobre a vida de Violeta Parra, avó de Tita que também era compositora, cantora e artista plástica, e do pimeiro videoclipe da carreira, ela se apresentou para o público. Interpretou canções da avó, que segundo ela, eram vistas como “canções revolucionárias” por tratarem de questões como a desigualdade social e criticarem o governo chileno e as grandes autoridades mundias.

Durante a apresentação, Tita falou sobre o significado de cada canção, e revelou o apreço que tem pelos estudantes. “Me gusta los estudiantes”, comentou ao cantar a música “Viva los estudiantes”. A canção exalta os estudantes revolucionários, que protestam de forma inteligente e pacífica em busca de respeito aos direitos humanos e aos direitos individuais. O público, muito atento, participou ativamente questionando e expondo opiniões, além de cantarem e aplaudirem muito.


Por Aline Dalbem

Filha do "Beethoven" chega ao Festival

Ele nasceu nasceu no Vale do São Francisco, no Norte de Minas. Tocador de rabeca e viola, chegou a ser chamado de “O Beethoven do Sertão”, e tocou com Luiz Gonzaga, o grande sanfoneiro Gonzagão. Estamos falando de Zé Côco do Riachão, que é o grande homenageado dessa noite do Festival Internacional de Cultura Popular Vozes de Mestres.

Um grande show marcado para as 20 horas de hoje vai lembrar os dez anos da morte de Riachão. Sobem ao palco montado no Centro Cultural Lagoa do Nado os violeiros Pereira da Viola, Chico Lobo, Fernando Sodré, Rodrio Delage, Joaci Ornelas, Dimas Soares, Dércio Marques, Cláudio Alexandrino e Rodrigo Salvador. Além destes grandes violeiros, o show conta ainda com três participações que são mais do que especiais: dos músicos Zé André e Geraldo Dias, que acompanharam Zé Côco do Riachão, e de Dona Luiza Rodrigues, filha do grande mestre Riachão.


Dona Luiza aprendeu a tocar acordeom aos 15 anos de idade, incentivada pelo pai. Ela conta que o acompanhava nas festas de Mirabela, cidadezinha ao norte de Minas, mas desde que se casou, aos 21 anos, nunca mais tocou com o pai.

Hoje, aos 66 anos, Dona Luiza vai subir ao palco pela primeira vez. Muito tímida, ela se faz de rogada ao comentar a expectativa de se apresentar para homenagear o pai. “Eu num toco lá essas coisas não, moço. Eu faço é só umas musiquinhas pra espantar a solidão e a saudade do meu pai”, diz a simpática senhora que demonstra muito amor e respeito por Zé Côco.

Dona Luiza diz que depois de se casar, quando se mudou para Montes Claros, acabou deixando a sanfona de lado. Porém, após a morte do pai, ela voltou a buscar o instrumento como forma de se sentir próxima dele. “Depois que meu pai faleceu, a solidão foi tão grande que eu resolvi pegar a sanfona pra ver se alguma coisa preenchia aquele vazio que eu sentia dele”, desabafa.

Por Daniel Silveira

Violas de Minas

Moreninha, Estrelinha, Dorina, Anita e Antônia, essas são minhas queridas, amadas e veneradas, vieram das Minas e embelezam qualquer moda de viola.
Em homenagem ao Zé Coco do Riachão, o Festival Vozes de Mestres proporciona ao público uma exposição das violas de Minas. Idealizado pelo artista Cláudio Alexandrino, ele mostra violas de variados modelos e cores. A exposição está disponível até domingo (14), na casa Mestre Orlando

Por: Felipe Pedrosa

Fácil de chegar

Mesmo para quem não conhece o Centro de Cultura Lagoa do Nado, o trajeto é fácil! Basta seguir a avenida Pedro I, sentido Centro-Venda Nova. O Parque fica pouco à frente do Via Brasil. Há uma entrada pela avenida Pedro I, mas a entrada principal fica na rua de trás, onde há disponibilidade de estacionamento. Várias linhas de ônibus atendem a região. Quem vier de ônibus pode pegar qualquer um que passe pela avenida Pedro I. Quem vier de carro, consulte aqui o mapa. Através do site BusOnLine você também pode consultar a melhor linhas de ônibus

O Centro de Cultura Lagoa do Nado fica na rua Lincoln Prates, 240 - Bairro Itapoã.

Por Daniel Silveira

Muito sol e cultura na Lagoa

Começa o segundo dia do Festival Internacional de Cultura Popular Vozes de Mestres! O Centro Cultural Parque Lagoa do Nado está com os portões abertos para quem deseja conhecer, apreciar e aprender sobre a cultura de nossos povos.

A programação deste sábado conta com as oficinas de Confecção de Terços e Rosários, Confecção de Bandeiras de Reinado e Confecção de Tambores, que começam às 9 horas. Para participar é necessário fazer inscrição através do site oficial do Festival.

Às 10h teremos a atividade Prosa à Beira do Fogão, mesa redonda que vai debater o tema "Direitos Autorais e Condições de Atuação na Cultura, com participação de Pedro Mestre (Portugal), João Batista (Comunidade Arturos) e Paula Goulart (advogada e consultora em direitos autorais). A mediação fica por conta da pesquisadora glaura Lucas.

À partir das 14h têm início as apresentações artísticas e musicais! Participam grupos de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco!

E o Festival não pára por aí, não! À noite, tem muito mais Cultura Popular para você!

Por Daniel Silveira

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Família Guiga encerra primeira noite

Mostrando todo astral típico da zona da mata mineira, a família Guiga levantou o publico no primeiro dia de festival. Tocando Choro mineiro que origem nas danças populares que está presentes nas suítes que compõem o baile da roça, elementos de influências afro brasileira, musica portuguesa, mazurca e polcas.
Celinho, integrante da família Guiga mostrou-se emocionado com a participação da platéia “É gratificante ver o publico acompanhar de perto os shows da família Guiga, nos sentimos na pele a emoção transmitida” disse.

Por Douglas Stofela

Trupe Gaia

Depois do sucesso no 20° Festival Folclórico de Jequitibá, a Trupe Gaia está de volta com o Espaço de Convivência no Festival Vozes de Mestres. Nessa sexta-feira (12), a trupe reuniu mais de duzentas crianças para assistir ao teatro de bonecos e as apresentações circenses. Segundo Gustavo Camargo (líder da trupe) no final da apresentação as crianças disseram: “Nos prometemos amar o folclore para sempre”.
Foi montado um estande no Festival para que a Trupe junto ao artista plástico Jamil Guerra possa expor materiais de circo e sapatos produzidos com materiais reciclados.

Por: Felipe Pedrosa

Seu Ribeiro, um Belorizontino arretado

Remanescente do congado Seu Ribeiro apresentou a mais pura arte no palco do Festival Vozes de Mestre. Ele que é participante ativo na luta pelo espaço da Lagoa do Nado tem um público consolidado, e sentiu-se em casa durante a noite dessa sexta-feira(12). Considerado poeta estradeiro ele conta um pouco sobre a inspiração para compor. “No congado busco a pulsação, e bebo incessantemente a literatura de cordel, faço uma ligação entre as culturas, pois o povo brasileiro é um só”. Chegando o fim da apresentação Seu ribeiro se despediu dizendo: “Fica aqui minha fuzarca”.

Por: Felipe Pedrosa

Portugal e Brasil

Com elementos culturais marcados pelas brilhantes apresentações de Chico Lobo e Pedro Mestre, Brasil e Portugal estiveram presentes no primeiro dia de Festival Vozes de Mestres, com participações mais que especiais de Mestre Nelson Jacó e Ana Jacó de Jequitibá. O resultado desta mistura cultural? Sucesso.

Por Douglas Stofela

Da melhor idade!

A apresentação do Grupo Meninas de Sinhá, um dos grupos culturais de Belo Horizonte emocionou a platéia, cantando cirandas e cantigas de roda. As Meninas de Sinhá elevaram o astral de jovens e adultos, que participaram ativamente dos shows. Para Dona Valdete, Segundo Dona Valdete, integrante do grupo, “a semente para a continuidade de seu trabalho já está sendo plantada na própria comunidade”, contou orgulhosa. Crianças do Alto Vera Cruz agora fazem parte do grupo “As netinhas de Sinhá”, seguem o mesmo caminho de suceso.

Por Douglas Stofela

Terrerão do Samba

O palco do Vozes de Mestres virou um verdadeiro terreiro de Angola. Na apresentação da Cia. Primitiva de Arte Negra foi resgatada toda cultura Africana com pitadas abrasileiradas. Danças, pandeiros, atabaques e o berimbal (líder de toda roda), fizeram a festa. O grupo cultuou entidades como Iemanjá e Oxum. O ápice da apresentação foi quando o Mestre João Angoleiro agradeceu a Oxum pelo planeta Terra, “Aduter Oxum”. Para finalizar a apresentação do grupo os atores-dançarinos étnicos fizeram interações com o público, que se exaltou e entrou na dança.

Por: Felipe Pedrosa e Daisy Batista

Música, dança e muita diversão.

Alegria e diversão não faltaram no evento. Apresentações com muita música e dança, oficinas de arte, brincadeiras, palhaços e mágica encantaram o público. Crianças e adultos cantaram e dançaram junto com os grupos Aruanda, Cia. Baobá, Meninas de Sinhá e a Cia. Primitiva de Arte Negra.
As crianças ficaram deslumbradas com as roupas coloridas, as danças típicas e os instrumentos. Jeniffer e Paloma, de sete anos cada, ficaram perdidas entre tantas opções. “Adorei as danças, mas está tudo lindo. Nem consigo dizer o que achei mais legal”, comentou Jeniffer. Os adultos também se encantaram. Tércia Carvalho trouxe as duas filhas de dois e quatro anos e se surpreendeu com as atrações. “Trouxe as crianças para se divertirem e acho que eu estou mais empolgada do que elas”, disse .

Por Aline Dalbem

Diversidade cultural é tema de debate que abre Festival

O debate “Prosa à Beira do Fogão”, que abriu o I Festival Internacional de Cultura Popular Vozes de Mestres, às 10hs da manhã, teve como tema a diversidade cultural. E para debater o assunto, nada melhor que uma mesa redonda composta por autoridades no assunto e um público interativo, com os ouvidos atentos e perguntas na ponta da língua.
O professor da PUC Minas e coordenador do Observatório de Diversidade Cultural e da Diretoria de Arte e Cultura da PUC Minas, José Márcio, deu início à prosa, afirmando que a diversidade cultural no Brasil é reflexo da diversidade negra. Para entendê-la, é preciso estudar muito, não só para compreendê-la, como também para chegarmos à fraternidade. “Não somos todos iguais e bendita seja a diversidade. Somos uma potência cultural”, destacou.
Dando continuidade, o gerente da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC), Américo Córdula, se mostrou de acordo com Márcio e acrescentou que precisamos mostrar para o Brasil o que é o Brasil. Para isso, é indispensável levar ao jovem, que se encontra seduzido pela globalização, a nossa identidade. Córdula defendeu que as faculdades precisam colocar no campo acadêmico pessoas protagonistas de nossa história. Segundo ele, são movimentos como o Festival Vozes de Mestres que introduzem os mestres da cultura popular nas academias e assim ajudam a mudar a história.
Mudando um pouco o rumo da prosa, Dona Valdete encantou toda a roda com a história do grupo Meninas de Sinhá, do qual é a fundadora. Ela contou que sempre via mulheres saindo dos centros de saúde, levando vários remédios. Então, conversando com elas, percebeu que não estavam doentes. A partir desse momento, sentiu necessidade de fazer algo por elas. Foi quando as convidou para bater um papo e, posteriormente, para fazer trabalhos manuais.
Mesmo após estas iniciativas, Dona Valdete percebeu que o problema não havia sido resolvido. Ao participar de uma oficina de expressão corporal para idosos e gestantes, ela teve a brilhante idéia de praticar a atividade com as “meninas”. Começaram, então, com expressão corporal e brincadeiras infantis. O primeiro nome do grupo foi “Lar Feliz”. Tempos depois, passou a se chamar Meninas de Sinhá.
A fundadora do grupo ressaltou que “cultura também é saúde”. Retomando a diversidade cultural, José Márcio deixou claro que temos que desejar a diversidade, que se difere da biodiversidade, obra da natureza. O professor observou, ainda, que é fundamental saber conviver com a diversidade, para que no futuro não sejamos esquecidos como “peças de museu”.
Também participou da mesa redonda o Presidente da Comissão Mineira do Folclore, Carlos Felipe. Para o jornalista e pesquisador, a abertura para festivais de cultural popular é reflexo da mudança do país, que está começando a se encontrar.
O público também participou ativamente do debate, fazendo intervenções, discutindo assuntos como religião, trocando idéias e experiências de vida. Merivaldo Alves, da banda Mestre Librina, de Pernambuco, emocionou a todos com a poesia “O Plantador de Milho”, da poetisa Dadete Bandeira, que retrata, de forma graciosa, o assunto em pauta.

Por Micheli Albanez

Oficinas de tambores continuam

A Guarda de Moçambique de Justinópolis conta com, aproximadamente, 800 pessoas, sendo 120 percussionistas. O grupo tem como principal objetivo divulgar a cultura africana, em especial o Congo e o Moçambique. Congo e Moçambique são manifestações culturais em que há significativa presença religiosa e a devoção em comum por Nossa Senhora do Rosário.
Segundo Dirceu Ferreira Sérgio, oficineiro e Capitão Regente da Guarda de Moçambique de Justinópolis, a cultura brasileira é carregada de influências africanas. Muitas manifestações que aqui existem são traços marcantes da cultura afro. O Congo e o Moçambique são exemplos. Infelizmente, ainda hoje, há muito preconceito em relação à cultura negra.
O Congo é uma forma de agradecimento através da fé. É uma maneira de preservar as tradições e resgatar a memória dos nossos antepassados. O público é bem diversificado, apesar da maioria dos participantes ainda ser negra, de classe baixa.
O grupo “A Guarda de Moçambique de Justinópolis” já fez diversas apresentações em várias partes do Brasil, como São Paulo e Acre, Fora do país, representantes do grupo participaram do Projeto Brasil na França, com o intuito de divulgar o movimento. A oficina de tambores, ministrada pelo próprio Capitão Dirceu, tem por objetivo instruir as pessoas na confecção dos instrumentos usados no Congo, uma vez que os instrumentos são todos feitos artesanalmente.
De acordo com os alunos Jana Ferreira Diniz, 25, e João Pedro Valadares, 23, “a oficina é um excelente meio de chamar a atenção para as culturas populares”. Ambos ficaram sabendo do evento através da internet e têm interesse pela área artística e cultural.
Para Dirceu, o Festival Vozes de Mestres atua como importante centro de divulgação de culturas. “As oficinas, em especial, servem como ponto de partida para despertar o interesse da população para as culturas populares”, destacou.


Por Raquel Domingues.

Grupo Aruanda encanta público

O início das apresentações dos grupos tradicionais e artísticos emocionou o público da Lagoa do Nado. Carlos Felipe anunciou o primeiro grupo, Aruanda, e apresentou à platéia, composta por crianças de várias idades, um pouco sobre a origem do folclore. Aruanda trouxe para o palco do Vozes de Mestres as principais manifestações folclóricas mineiras.
Por Larissa Scarpelli

Oficina de Bandeira de Reinado

Fé e cultura caminham lado-a-lado. Um exemplo disso é a tradição das bandeiras de reinado. E é com muita afeição que Dona Célia de Lourdes Ferreira, integrante desde que nasceu da Irmandade Nossa Senhora do Rosário, do bairro Jatobá, ministra a Oficina de Confecção de Bandeiras de Reinado durante o Festival Internacional de Cultura Popular. Segundo Dona Célia, a bandeira é um elemento muito importante no reinado, pois ela vai à frente para proteger e afastar as coisas negativas, devido à isso é chamada Bandeira Guia.

A oficina teve início na quarta-feira e estende-se até sábado. Em cada encontro com seus aprendizes, Dona Célia transmite um pouco de sua aptidão na confecção das bandeiras. Confiante e segura, a integrante da Irmandade afirma que a oficina é uma excelente maneira de conservar a tradição. As inscrições para oficina podem ser feitas através do site do Festival.

Por Micheli Albanez

No ar, na terra e na web

O primeiro dia do Festival Internacional de Cultura Popular Vozes de Mestre começou a todo vapor! A sala da Administração do Centro Cultural Lagoa do Nado foi transformada na Central de Notícias, que ficará responsável pela cobertura jornalística do evento. Na Central, toda informação apurada é inserida no site e no blog do Festival, a fim de mantê-lo constantemente atualizado. Em parceria com o Centro Universitário Newton Paiva, a Jardim Produções, organizadora do Vozes de Mestres, conta com 12 estagiários do curso de Comunicação Social (Jornalismo), divididos nas mais diversas funções: da entrevista à cobertura de oficinas; da atualização do site ao atendimento ao público. Aqui, só não vale ficar parado. Então, mãos à obra !

Por Felipe Nery

Apresentação

Idealizado pela Jardim Produções, o I Festival Internacional de Cultura Popular – Vozes de Mestres será realizado no Centro Cultural Lagoa do Nado, em Belo Horizonte, durante três dias, com o intuito de promover a integração entre os mestres, os verdadeiros detentores da cultura popular, e os diversos públicos. Ao valorizar a tradição, o festival tem a pretensão de fortalecer a identidade cultural dos povos, com o cuidado de não reduzir o significado dessas manifestações em meros produtos culturais de apelo comercial.

Além de apresentações de grupos de congado, maracatu, folia, entre outros, e shows de artistas já consagrados, que ajudam a disseminar nossas manifestações artísticas mundo afora, o evento também abre espaço para debates, exposições e oficinas, para nos auxiliar no entendimento sobre o papel da cultura popular no século 21. Outra intenção é aproximar o jovem desse universo, para que as tradições possam ser preservadas de maneira mais autêntica possível. Portanto, o festival se apresenta de forma inovadora, tendo como foco a preservação, o intercâmbio e a difusão das culturas tradicionais.

Desde a sua criação, em 2001, a Jardim Produções tem como princípio apoiar e dar suporte a grupos e pessoas que têm na cultura popular sua mais legítima forma de expressão. Entre os parceiros, podemos destacar as Meninas de Sinhá, Dona Maria do Batuque, Chico Lobo, Fernando Sodré, a Comunidade dos Arturos, entre outros.